A bolsa

          Enquanto organizava algumas coisas, olhei para o lado e vi a minha bolsa e, de repente, uma avalanche de informações invadiu meus pensamentos em relação a inspirações.
        Se inspirar em uma coisa e a partir dali criar outra que faça mensão ao objeto/ peça principal, ou que não tenha nada haver com ela, é tão frequente quanto imaginávamos. Em todas as áreas tal verbo é posto em prática.
          Daí, analisei que se não soubesse de determinada informação, no caso em relação a bolsa em questão, jamais entederia porque ela teria sido feita naquele modelo, seria só mais um modelo feito aleatoriamente para uma consumidora comprar. Apenas mais um modelo ocupando espaço nas prateleiras estratégicamente organizada e planejada  por uma loja sedenta por compradores. Uma bolsa que chegou em suas mãos porque foi seu simples ato de escolha que a fez mudar de endereço - da loja para a sua casa - que supriu a necessidade de ocupar o lugar da bolsa antiga já desgastada pelo uso, e, inconcientemente, acabou comprando um modelo que carrega uma história interessante quando se trata do universo "inspiração".
        É tão engraçado como essas coisas acontecem, todo esse processo antes do produto nem sequer passa por nossa cabeça no momento da compra, o cenário criativo nos bastidores. Se eu me encontrasse ainda na época em que a internet não era tão frequente no meu dia a dia, talvez acabasse sabendo tardiamente  através de alguma revista que caisse em minhas mãos dizendo que a minha bolsa tem referências. E, meus olhos leriam a frase "bolsas inspired" e a partir dali, saberia que a  bolsa que tenho é uma "Alexa Inspired" uma versão mais barata e adquirível da bolsa feita pela grife inglesa Mulberry. Uma bolsa estilo carteiro que carrega o nome da ex-modelo Alexa Chung.

         Minha falta de informação seria tal qual o trecho do filme "O diabo veste Prada" em relação a cor azul que a personagem fala não ver distinção. A personagem Miranda diz:
        “Essas… coisas? Ah, ok, entendi. Você acha que isso não tem nada a ver com você. Você vai até o seu guarda-roupa e escolhe esse sweater azul folgado para dizer ao mundo que se leva muito a sério pra se importar com o que veste. O que você não sabe é que esse sweater não é apenas azul. Nem turquesa, nem lápis-lazúli. Na verdade, é cerúleo. E você também não tem a menor noção de que, em 2002, Oscar de la Renta fez vestidos cerúleos e Yves Saint Laurent fez jaquetas militares cerúleas. E o cerúleo logo foi visto em oito coleções diferentes. E acabou nas grandes lojas de departamento e, um tempo depois, em alguma lojinha vagabunda onde você, sem dúvida, o comprou em uma liqüidação. No entanto, esse azul representa milhões de dólares e incontáveis empregos. E é até meio cômico que você ache que sua escolha a isente da indústria da moda quando, de fato, você usa um sweater que foi selecionado pelas pessoas nesta sala. No meio de uma pilha de coisas.”
           Entenderam? Não é pra se refletir?
        Nós ignoramos certos fatos. A área da moda é um processo criativo constante, um trabalho em constante giro, um Kaiten rápido demais para acompanharmos enquanto espectadores e consumidores, que merece respeito. Afinal, fazem parte da história, na categoria da moda. Tudo é informação e informação nunca é demais.
          Vamos às imagens!?
From me to you    /      Fashiontoast

The Cherry Blossom Girl

Flirckr Ppim

 
Mulberry - 40 anos de existência

Comentários

Postagens mais visitadas